Os desenhadores e colaboradores de Hergé, Jacques Martin e Bob DeMoor, aproveitando as férias de Hergé, publicaram, em 1965, no jornal suíço «L'Illustré» uma prancha falsa de Tintin, como se a mesma fosse de Hergé.
O artista Jacques Martin contou que um jornalista suíço se deslocou aos Estúdios Hergé com o fim de conhecer o novo álbum de Tintin. Como não havia nada para mostrar, Martin e DeMoor germinaram a ideia de fazerem uma prancha de Tintin. Logo que a prancha esteve pronta, o jornalista, entusiasmado, publicou-a com merecido destaque no seu jornal, acompanhada de algumas fotografias e entrevistas. Uma prancha como se fosse de Hergé, pelas mãos dos seus colaboradores. Uma bricadeira que ficou para a história, como a primeira «pastiche» de Tintin.
Posteriormente, em declarações ao mesmo jornal, Hergé afirma não duvidar da competência dos seus colaboradores, mas ele é o único pai de Tintin. A resposta estava dada. Sem Hergé não há Tintin.
Uma das vertentes pedagógicas da banda desenhada é, sem dúvida, a didáctica. Aproveitando o sucesso do Tintin, o atelier de Hergé, com a ajuda preciosa de Bob de Moor, Jacques Martin e Edgar Pierre Jacobs, editou a colecção Voir et Savoir que reunia colecções de cromos desenhados com a presença de Tintin e Milou e retratava a evolução histórica dos diversos meios de locomoção (combóios, barcos, automóveis e aviões).
A primeira colecção que surgiu foi «Le chemin de fer», que reuniu uinicamente seis cromos e que marcou significativamente o fim da colaboração de Jacobs com Hergé.
Posteriormente surgiram sob a direcção histórica e técnica de Jacques Martin o volume «L' histoire de l'aviation - des origines a 1914», que contém 60 cromos. O segundo volume sobre a história da aviação cobre o período de 2ª Guerra Mundial (1939-1945) com também 60 cromos.
O balonismo também teve uma edição específica de 60 cromos com a «L' histoire de l'aérostation - Des origines a 1940» , que teve a direcção técnica de Edgar Pierre Jacobs.
Os volumes seguintes foram dedicados à marinha. O primeiro volume «L' histoire de la marine - Des origines a 1700» teve a direcção histórica e técnica de Georges Fouillé e do banda desenhista Bob de Moor. O volume teve os mesmos 60 cromos com a particularidade de retratar diversas caravelas do período áureo dos descobrimentos portugueses. O segundo volume foi editado mais tarde e cobre o período de 1700 a 1850 com a quantidade de cromos, tendo a direcção técnica da responsabilidade de mais um elemento, Marjolaine Mathikine.
Finalmente, a história do automóvel com um volume de 60 cromos e a direcção técnica de Jacques Martin: «L' automobile - Des origines a 1914». Este volume teve uma edição portuguesa da Editorial Pública em 1982 com o título «A história do Automóvel» inserido na colecção Pequena Enciclopédia Tintin.