Hergé e Tintin serão, provavelmente, as maiores «vítimas» de piratarias, pastiches e paródias da sua obra. O sucesso e a limitação legal imposta por Hergé à sua obra talvez expliquem as inúmeras reproduções das aventuras de Tintin.
Por exemplo, o episódio inacabado de «Tintin e a Alfa-Arte» ofereceu possibilibidades a outros desenhadores de desenharem essa aventura, tanto mais que o argumento estava disponibilizado. Surgiram assim três versões: uma de Ramo Nash, a segunda de Yves Rodier e a última da Escola de Belas Artes de Paris (só disponível em CD Rom).
O site «Tintin est vivant» que se dedica às pastiches, paródias e piratarias de Tintin define com precisão estes termos:
Os desenhadores e colaboradores de Hergé, Jacques Martin e Bob DeMoor, aproveitando as férias de Hergé, publicaram, em 1965, no jornal suíço «L'Illustré» uma prancha falsa de Tintin, como se a mesma fosse de Hergé.
O artista Jacques Martin contou que um jornalista suíço se deslocou aos Estúdios Hergé com o fim de conhecer o novo álbum de Tintin. Como não havia nada para mostrar, Martin e DeMoor germinaram a ideia de fazerem uma prancha de Tintin. Logo que a prancha esteve pronta, o jornalista, entusiasmado, publicou-a com merecido destaque no seu jornal, acompanhada de algumas fotografias e entrevistas. Uma prancha como se fosse de Hergé, pelas mãos dos seus colaboradores. Uma bricadeira que ficou para a história, como a primeira «pastiche» de Tintin.
Posteriormente, em declarações ao mesmo jornal, Hergé afirma não duvidar da competência dos seus colaboradores, mas ele é o único pai de Tintin. A resposta estava dada. Sem Hergé não há Tintin.